Logo cedo, antes mesmo do sol nascer completamente, o despertador toca na casa de Franciele dos Santos, e Anthony, que fará dois anos em novembro, pula da cama. Ele acorda animado, pega a mochilinha e diz que está pronto para ir para a escola. Não tem dia ruim para ele. A escola para a qual Anthony vai animado todos os dias é o Centro de Educação Infantil (CEI) Maria Amélia, unidade social do Grupo Positivo que atende cerca de 100 crianças em tempo integral.
Quando chega à porta da escola, Anthony e a mãe são recebidos pelo tio Waltemir, que está sempre a postos no portão. A mãe o leva até a sala e se despede tranquila, sabendo que dali em diante o filho será muito bem cuidado. Ela sabe disso porque seu filho mais velho, Antonio, foi aluno da unidade dos dois anos e meio até os seis anos. “Era meu sonho que o Anthony conseguisse uma vaga e estudasse nessa escola, que é maravilhosa, que dá atenção aos pequenos detalhes e onde deixo meu filho com o coração tranquilo para ir trabalhar”, conta Franciele, que atua como diarista. Ela explica que trabalhar com as diárias permite uma certa flexibilidade na rotina, mas que pode contar com seus pais se houver qualquer emergência.
O que Franciele não sabe é que por trás de todo esse carinho e cuidado com as crianças, o CEI Maria Amélia opera como um sistema, em que cada profissional é uma engrenagem e que, para tudo funcionar perfeitamente, é preciso que todos trabalhem em perfeita sintonia. Logo após a despedida, quem assume a cena são as professoras auxiliares — estagiárias de Pedagogia que recebem as crianças com afeto e as ajudam a se acomodar. Dentro da sala, Anthony encontra os colegas e se ajeita para a primeira refeição do dia. O cheirinho do pão e do leite vem da cozinha, que já funciona desde 6h45. A nutricionista Vanessa Queiroz planejou o cardápio, e a equipe preparou tudo com carinho. Anthony se alimenta bem — e aprende a provar sabores que antes não conhecia.
Com as barriguinhas cheias, é hora da higiene: as crianças escovam os dentes e é feita a troca de fraldas. Prontas para iniciar a rotina, as professoras regentes assumem e, junto com as turmas, observam como está o clima, marcam o dia no calendário e conversam sobre o que vão fazer durante o dia, auxiliando as crianças nas suas primeiras leituras de mundo. Anthony ouve atento, interage e aprende. Enquanto isso, nos bastidores, a engrenagem da escola segue girando: auxiliares de limpeza deixam os espaços prontos, a coordenadora pedagógica organiza atividades e a equipe da cozinha já prepara o almoço.
A rotina da manhã está em andamento, mas às 10h30 já começa a ser servido o almoço. Como é pequeno, Anthony e seus coleguinhas comem na própria sala, em mesas organizadas especialmente para a turma. Paciência é palavra-chave: os menores precisam de mais tempo, por isso são servidos primeiro. Pratos limpinhos, é hora de escovar os dentes com a ajuda das professoras e da segunda troca de fraldas. Às 11h45, a sala se transforma novamente. Colchonetes e cobertores, lavados semanalmente pela escola, são estendidos. Anthony se deita no seu, agarra o travesseirinho e, exausto da manhã de atividades, adormece rápido. A música de ninar toca suave e o silêncio toma conta da unidade, enquanto as crianças descansam juntas.
Entre brincadeiras e descobertas
Depois do soninho, uma fruta fresquinha repõe as energias. A tarde é recheada de novidades: em um dia, Anthony canta e bate palmas nas aulas de música; em outro, experimenta tintas e cores na arte. Há também movimento, capoeira e cidadania, sempre pensados para estimular corpo e mente. Em algumas semanas, a rotina ganha ainda mais brilho. Estudantes da Universidade Positivo chegam para brincar e ensinar cuidados de saúde, ou alunos do Positivo International School aparecem com propostas de atividades. Além disso, a escola realiza com as crianças atividades orientadas pelo Centro de Inovação Pedagógica, Pesquisa e Desenvolvimento dos colégios do Grupo Positivo (CIPP) e pelos materiais da Aprende Brasil Educação. Anthony observa, curioso, cada visita, cada troca.
Às 15h45, o jantar é servido — uma refeição reforçada, que garante que todas as crianças vão para casa satisfeitas. “Pensado com carinho, o jantar garante que todas as crianças deixem a escola bem alimentadas, inclusive aquelas que talvez não tivessem essa refeição em casa”, explica a diretora da unidade, Luciane Conceição.
Depois de mais uma troca de fraldas, Anthony já se prepara para rever a mãe. Quando Franciele chega, encontra o filho alegre, limpo e alimentado. Muitas vezes, ele nem quer ir embora de tão envolvido nas brincadeiras. “Ele volta cheio de histórias para contar. Para mim, o CEI Maria Amélia é uma extensão da nossa casa”, resume a mãe.
Quando cada peça importa
Por trás da rotina de Anthony existe uma grande engrenagem formada por 39 profissionais, entre professores, estagiárias, cozinheira, auxiliares, zeladoras, segurança, coordenação, direção. Cada peça tem sua função, mas todas giram juntas, em sintonia, para que o resultado seja o mesmo todos os dias: crianças cuidadas, felizes e prontas para se desenvolver. Anthony é apenas um dos 98 pequenos que fazem parte dessa história. Mas, ao acompanhar o seu dia, fica claro como o CEI Maria Amélia funciona: como um sistema preciso, movido por pessoas que trabalham com propósito e transformam a infância em um tempo de descobertas e segurança.