Era 2012, e o Grupo Positivo celebrava 40 anos de história. Nascia o Instituto Positivo (IP), com a missão de gerir o investimento social do Grupo e colocar à disposição da sociedade, de forma organizada e intencional, os talentos e habilidades da organização. Nos primeiros anos, a atuação variava entre projetos ambientais, projetos educacionais e voluntariado, além de campanhas sociais.

O primeiro Arranjo implantado com o apoio do IP foi o ADE Grafpolis, em Santa Catarina.
Foi em 2014 que, após uma consulta a parceiros e diversos públicos de relacionamento, surgiu um novo campo de atuação para o Instituto Positivo: o ensino público. A expectativa era aproveitar a experiência do grupo – da gestão de escolas à produção de materiais didáticos – para impactar positivamente o setor. “Entendemos o chamado”, lembra Eliziane Gorniak, diretora do Instituto Positivo. “Nós tínhamos os recursos e o conhecimento, mas precisávamos descobrir como fazer as coisas de forma responsável e eficiente.”
A descoberta que mudou tudo

Nos três primeiros anos de atuação, os projetos desenvolvidos pelo IP se concentravam nas áreas de Educação, meio ambiente e voluntariado.
Durante as pesquisas que revelariam como atuar nessa nova frente, a equipe do IP encontrou uma iniciativa interessante que estava gerando excelentes resultados, especialmente em municípios com menos recursos: os Arranjos de Desenvolvimento da Educação (ADEs). Trata-se de um mecanismo que une municípios vizinhos para trabalharem juntos em desafios educacionais comuns, compartilhando recursos e ideias. A maioria dos municípios brasileiros (72%) é caracterizada como de pequeno ou médio porte, e esse fato indicava ao IP que ele poderia gerar um importante impacto a partir do seu trabalho.
O impacto em três dimensões
Hoje, o Instituto Positivo atua em três âmbitos, todos conectados por esse compromisso com a sustentabilidade e a transformação educacional. A seguir, saiba mais sobre a atuação em cada um desses âmbitos.
Para Cristiane da Fonseca, que integra o Instituto Positivo desde o início, aquele foi um momento de clareza. “Os ADEs mostraram que o ensino público podia ser transformado de forma colaborativa e sustentável. Mais do que apoiar diretamente um projeto, poderíamos ajudar a construir um modelo de governança que se perpetuasse mesmo sem nossa presença e durante a transição política”, reflete.

Em agosto de 2024, o IP reuniu, em Brasília, lideranças para discutir o Regime de Colaboração Intermunicipal.
Ao mesmo tempo, naquela época, o modelo dos ADEs ainda era pouco conhecido e existiam poucas experiências no Brasil. O Instituto Positivo decide, então, dedicar-se integralmente a essa nova frente a partir da produção de conhecimento; do apoio técnico para a elaboração de políticas educacionais; da criação de redes de profissionais que pesquisam o tema ou integram redes de Arranjos ou consórcios públicos; e do apoio a dirigentes municipais de Educação interessados em implementar o mecanismo.
Local
A história do Centro de Educação Infantil (CEI) Maria Amélia remonta às origens do Grupo Positivo. Fundada por um dos sócios, a escola social atende cerca de 100 crianças em situação de vulnerabilidade social. Para Luciane Conceição, diretora do CEI, o impacto vai além da sala de aula. “Aqui, somos mais que educadores: somos uma rede de apoio para as famílias que enfrentam desafios diários. Esse cuidado é parte do que faz o Instituto Positivo ser tão especial”, conta.

Regional
No litoral do Paraná, em 2022, sete municípios se uniram para formar o primeiro ADE do estado, com o apoio técnico do Instituto Positivo. Juntos, trabalham para melhorar os índices de aprendizagem em Língua Portuguesa e Matemática, duas áreas cruciais para o desenvolvimento educacional. Antes disso, o IP também ajudou na formação e consolidação do ADE Granfpolis, que une 22 municípios na região da Grande Florianópolis, em Santa Catarina.
Nacional
Em escala maior, o IP participa de debates sobre políticas públicas e produz conteúdos que ajudam a disseminar o Regime de Colaboração Intermunicipal e os ADEs. Livros, cartilhas e e-books criados pela equipe oferecem ferramentas para gestores e pesquisadores interessados no modelo.
Uma missão sustentável
O que torna o trabalho do Instituto Positivo único é o compromisso com a continuidade de boas práticas educacionais. A decisão de apoio ao Regime de Colaboração Intermunicipal aconteceu, inclusive, porque ele permite que o impacto continue mesmo sem o apoio direto do instituto.
“O que fazemos não é construir algo que dependa de nós para sempre. Queremos plantar sementes que cresçam, criem raízes e floresçam por conta própria”, explica Eliziane. Essa visão guiou a criação de um legado que transcende o apoio imediato, permitindo que territórios cresçam juntos, construindo soluções locais para desafios globais.
Ao longo desses anos, o Instituto Positivo tem mostrado que a verdadeira transformação não vem de ações isoladas, mas de boas conexões. Cada ADE, cada criança atendida no CEI – Maria Amélia e cada gestor que encontra nos materiais do IP uma forma de melhorar sua rede faz parte de uma história maior. “Estamos colaborando para que profissionais construam pontes para o futuro, e desejamos que essas pontes sejam feitas para durar”, finaliza a diretora.