O mercado de trabalho é composto por uma incrível diversidade de profissões e ocupações, algumas das quais desaparecem ao longo do tempo e abrem espaço para o surgimento de outras. Nesse ambiente extremamente dinâmico, porém, há um tipo de profissional que cultiva seu lugar de destaque desde os tempos mais remotos: o professor. O trabalho de ensinar reflete na contribuição para o desenvolvimento de cidadãos, pois ele é a base não só para todas as outras profissões acontecerem, mas também para que a sociedade funcione de maneira mais harmônica e estruturada.
E nós, do Grupo Positivo, nos orgulhamos por atuar no campo da Educação, ajudando, junto a professores e estudantes, a fortalecer essa base social. E isso sempre acontece a partir de uma troca: ao mesmo tempo em que colaboramos para a formação de indivíduos e profissionais, nos nutrimos dos saberes e conhecimentos gerados nos vários âmbitos por esses mesmos profissionais. É por isso que, nesta edição da Revista Positivo, trazemos o olhar de pessoas que ocupam diferentes cargos, em diferentes empresas, de diferentes áreas sobre a figura do professor – e sobre as tendências para o futuro. Confira!

“Cursei Engenharia Mecânica na Universidade Presbiteriana Mackenzie, e grande parte dos meus professores era composta por profissionais que trabalhavam na indústria e que, além da teoria, traziam a prática do dia a dia. Tive um professor que muito me marcou: Victor Mirshawka, que dava aulas de Estatística e Cálculo Numérico, uma matéria muito difícil. A forma como ele nos mostrava a utilidade dessa disciplina na vida real foi muito importante para eu entender muitas coisas na minha vida profissional e também na minha vida cotidiana.
Acho que o papel de conduzir a teoria é muito importante, mas traduzir essa teoria para a prática com didática e sinergia muda muito o entendimento das coisas. Hoje, é primordial também enfatizar o uso das novas tecnologias para a boa formação e preparo para o futuro. Saber lidar com expectativas e ansiedade e ser produtivo são qualidades importantes também. Pessoas da nova geração saem da escola com pouco preparo, achando que serão diretores e gerentes muito rápido e acabam deixando a dedicação de lado.”
Julio Fontana Neto, conselheiro da Rumo Logística.

“Somos muito influenciados pelo que vivemos na nossa infância. Lembro-me muito de um professor de Artes da minha escola primária, o tio Ângelo. Eu era uma criança mais tímida e insegura, e ele teve um olhar muito particular comigo e me incentivou na manifestação artística a partir dos meus sentimentos. Eu percebia que ele ficava realmente orgulhoso com as minhas produções, e isso me inspirava a criar mais, ganhando segurança por me sentir capaz.
De diferentes maneiras, os professores foram essenciais na minha formação. Hoje, com a inteligência artificial e a ruptura de paradigmas, acredito que até o trabalho docente tem que se reinventar. A dica que dou aos professores é que eles acompanhem essa revolução tecnológica, buscando informações especialmente no que tange a relação da IA com a educação, cultura e humanidade. As escolas terão um papel fundamental como um dos grandes alicerces éticos de defesa do humano frente à tecnologia.”
Ana Flavia de Bello Rodrigues, CEO da Cosafe.

“Lembro-me de vários professores que marcaram minha trajetória de aprendizado. Em especial, cito os professores Décio e Carlos Ilton Cleto, da minha graduação, e Wesley, do meu curso de mestrado. Todos eles tinham em comum a capacidade de fazer os alunos pensarem fora do senso comum, avaliando as questões a partir de diferentes perspectivas.
A resiliência que esses e outros professores me ajudaram a desenvolver é fundamental na atuação profissional. No mercado de trabalho (assim como na vida pessoal), muitas coisas não estão sob nosso controle, e ter resiliência para superar as dificuldades que aparecem no caminho, a cada dia, e a capacidade de adaptação às variáveis que não conseguimos controlar, nos fazem profissionais cada vez melhores.
Podendo sugerir algo, diria para os profissionais do futuro que mantenham em seu foco a resiliência, porque nem sempre o mundo corporativo trará os resultados que esperam, e tampouco as coisas acontecerão na velocidade que desejam. Porém, com dedicação é possível ir longe em qualquer área de atuação – além do fato de que “sonhar grande ou sonhar pequeno dá o mesmo trabalho”, como já dizia o economista e empresário Jorge Paulo Lemann.”
Gustavo Rezler, diretor de Administração e Finanças do Hotel Curitiba Capital.

“Poderia citar alguns professores que marcaram minha jornada de formação (desde o primário, passando pelo Curso Técnico, pela Graduação e pelo Mestrado até chegar ao MBA), mas prefiro citar algo que esses professores tinham em comum: seus ensinamentos transcenderam a matéria curricular e ficaram gravados na minha memória. Em todos os casos, foram lições simples, mas profundas para o entendimento do mundo e o autoconhecimento.
O conteúdo didático obviamente foi importante, mas o que realmente me marcou foram as lições sobre a conduta ética; a “sofisticada simplicidade”; e o bom senso e o olhar humano na profissão. Nessa trajetória, com a ajuda dos professores, vivi momentos mágicos, como a descoberta das minhas habilidades de escrita e da capacidade de explicar o mundo através da ciência e de ampliar os relacionamentos fora da sala de aula. Isso tudo fez a jornada do aprendizado ter valido a pena!
Mas, falando sobre as tendências e a formação das novas gerações, em primeiro lugar, temos que entender que o mundo em que vivemos, o “Vuca”, está cada vez mais volátil, incerto, complexo e ambíguo. Saber lidar com esse mundo novo, estabelecido após a pandemia da Covid-19, requer uma série de habilidades de adaptação. Entendo que a principal habilidade a ser ensinada nas escolas é o “aprender a aprender”. Aqueles que compreenderem e dominarem essa arte serão os senhores de suas vidas nos âmbitos pessoal e profissional.”
Régis Eidi Nishimoto, diretor da Perkons.