Antes de tudo, agradeço a oportunidade de participar da Revista Positivo. Sinto-me lisonjeado em contar um pouco da minha história nesta edição.
Nasci na cidade de São Paulo e fui criado pela minha mãe e meus avós maternos em Itapira, interior do estado de São Paulo – ali cresci, com muito orgulho e satisfação. Comecei a minha carreira profissional com apenas 11 anos, trabalhando como Guarda Mirim em uma entidade de programa de colocação, o qual tinha como objetivo desenvolver jovens que estavam na busca constante pela profissionalização e desejavam ter uma iniciação profissional como aprendizes. O trabalho realizado nessa entidade colaborava para o desenvolvimento dos jovens e, consequentemente, para o da comunidade, que é também o que fazemos pelos nossos menores aprendizes no Grupo Positivo.
Na atividade de Guarda Mirim, desenvolvi competências e valores que carrego até hoje. Precisava trabalhar para me sustentar e aprendi a valorizar pequenas coisas e conquistas, sempre com muita humildade e simplicidade. Mas, ao mesmo tempo, vivia me questionando: “Por que preciso trabalhar e estudar no período noturno em escola pública?”. Hoje, digo: “Que orgulho!”.
Percebo que foi naquela época que descobri o meu lado comercial e administrador. Trabalhei fazendo cobranças em lojas de móveis nas quais os clientes compravam por meio de fichas de crédito. Depois, eu me deslocava até as residências para cobrar e receber as parcelas. Conforme todo ser humano, eu queria mais. Assim, meu objetivo era trabalhar em uma empresa com maior responsabilidade.
CRÉDITO: Arquivo pessoal
Na ocasião, meu sonho era ser Guarda Mirim na Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL). Batalhei e consegui. Senti-me muito realizado, pois as responsabilidades aumentaram e conquistei minha primeira mesa em um escritório – e o melhor: com uma máquina de escrever elétrica!
A Guarda Mirim tinha um regimento interno segundo o qual, ao completar 15 anos, o profissional deveria deixar a entidade. Assim, com muita tristeza a deixei. Eu precisava trabalhar para me sustentar e pensar em ter um futuro melhor, pois entendia que o único caminho para mudar a minha realidade era a educação.
Fui trabalhar como servente de pedreiro, entregador de gás e ajudante de caminhoneiro. Posteriormente, consegui um trabalho como digitador em uma usina de açúcar e álcool, ocasião em que tive a oportunidade de ingressar em um curso preparatório para o vestibular, em Campinas. Aos 17 anos, alcancei o meu tão sonhado objetivo: mudei para São Paulo e ingressei em uma universidade.
CRÉDITO: Divulgação
Estudando à noite na Universidade São Francisco, consegui um estágio como auxiliar comercial no Banco Lavra. Depois, fui convidado a trabalhar como operador de Financiamentos Comerciais no Unibanco, onde atuei por quase 15 anos, sempre na área comercial. Conclui minha graduação em Administração de Empresas com ênfase em Comércio Exterior e conquistei novas oportunidades no banco: fui promovido a gerente comercial regional do Sul do Brasil.
Em 2012, encontrei um propósito maior: descobri o mercado educacional, na Editora Positivo. Deixei de “vender dinheiro e empréstimos” em bancos e passei a “vender” sonhos e oportunidades, apresentando o Sistema de Ensino para escolas públicas em todo o Brasil. Agora, por meio do trabalho no Aprende Brasil, pude proporcionar, junto com os colaboradores, equidade e mudança de vida para muitas crianças de escolas públicas. Inclusive, a escola pública foi, e continua sendo, a minha base.
Sim, aquele Guarda Mirim de 11 anos de idade, mesmo com muitas adversidades e obstáculos, acreditou no futuro e no fato de que somente a educação pode transformar pessoas. Hoje, tenho muito orgulho em olhar minha trajetória e dizer que pertenço ao Grupo Positivo, onde iniciei como consultor comercial e, agora, estou na posição de diretor-executivo do Aprende Brasil.
Ter a oportunidade de trabalhar em um grupo educacional com valores e competências que respeito e busco todos os dias só me traz mais orgulho. Afinal, conforme sempre digo, “ter a oportunidade de desenvolver pessoas e crianças e acreditar no futuro por meio da educação sempre será um sonho possível. Não é em relação a quem sabe mais ou quem faz melhor, é a respeito de como podemos fazer: JUNTOS!”
